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terça-feira, março 29, 2011

Fisiologia do Ciclismo parte 2

O ATLETA

COMPOSIÇÃO CORPORAL

O excesso de peso corporal, particularmente como tecido superficial adiposo,
não contribui para a produção de trabalho no ciclismo. Por outro lado, um alto peso de
músculo é essencial para eficiência de subida de rampa, e um ciclista com uma baixa
porcentagem de gordura corporal terá uma vantagem em um terreno em declive. A
porcentagem estimada de gordura corporal para ciclistas de elite vai de 6 a 9% para
corredores masculinos de estrada e de 12 a 15% para ciclistas femininos de elite. Essa é
a média para ciclistas de elite, contudo, alguns atletas apresentam porcentagens de
gorduras corporais maiores que esses valores médios.

TREINANDO O ATLETA

O treinamento físico e o condicionamento subseqüente não alteram o desgaste de
energia necessário ao desempenho de um dado nível de trabalho. Os efeitos de
treinamento resultam em várias mudanças metabólicas e físicas. Em um extremo
encontramse
as alterações metabólicas e das fibras musculares que resultam de
exercício de alta intensidade e curta duração (por exemplo, trabalho anaeróbico
incluindo treinamento de resistência). No extremo oposto da série contínua, estão os
efeitos dos exercícios prolongado, repetido muitas vezes em um nível submáximo, o que
melhora a capacidade dimensional anaeróbica central e periférica.

ESPECIDICIDADE

O sucesso na corrida de bicicleta envolve a preparação física em um programa
de treinamento de longo prazo. O planejamento cuidadoso, tendo em mente a
especialidade do esporte e as variadas distâncias, é essencial, de forma que os elementos
do programa de treinamento deveriam emular condições competitivas tão próximas
quanto possível.
A maioria dos ciclistas utiliza essencialmente três tipos de intensidade de
treinamento: (a) treinamento longo de distância, projetado para melhorar a capacidade
aeróbica ou oxidativa; (b) treinamento de passo de corrida, projetado para melhorar a
tolerância e uso do ácido lático do corpo e (c) o treinamento de corrida curta de
velocidade, projetado para melhorar a eficiência e a energia do sistema de energia ATPCP.

TREINAMENTO DE DISPENSA DE OXIGÊNIO

É sabido que os ciclistas de elite possuem uma capacidade alta de consumo de
oxigênio. Durante a competição, os sistemas de transporte de oxigênio do ciclista
(produção cardíaca) e de consumo (enzimas celulares) são freqüentemente carregados
no máximo ou quase no máximo (80 a 85% VO2 máx.). Portanto, uma porção maior do
programa de treinamento deveria se destinar a melhorar os determinantes do transporte
e de consumo de oxigênio.
Se os sistemas de transporte e o uso de oxigênio devem ser treinados, eles devem
ser supercarregados. Para alcançar uma sobrecarga, o ritmo do treinamento deve ser
alto. Quando o ritmo é alto para períodos prolongados, os níveis de lactato dos músculos
e do sangue provavelmente aumentam. O ritmo reduzido relaxa a carga sobre o coração,
os pulmões e os sistemas de conversão de energia. A alternância entre ritmos intensos e
leves irá, até certo ponto, contrabalançar os aumentos de lactato do sangue.

TREINAMENTO ANAERÓBICO

Uma corrida de bicicleta com sucesso requer que o ciclista possua tanto
velocidade como energia. Esses fatores de desempenho são limitados pela energia
metabólica disponível do composto de alta energia ATP. Se o ciclista pretende rodar
rápido para qualquer distância, os sistemas anaeróbicos de conversão de energia devem
ser altamente treinados. O ciclista precisa de uma alta capacidade anaeróbica para
partida, aceleração, subida de rampa, saídas, corridas curtas velozes e chegadas.
Portanto, uma parte do esquema de treinamento devese
dirigir ao esforço de ciclismo
de alta intensidade e de curto prazo. O propósito de tal treinamento é de recrutar os tipos
IIa e IIb de fibras musculares. Essas fibras se contraem e se fadigam mais rapidamente
do que as fibras de baixa contração do tipo I. O envolvimento máximo das fibras IIa e
IIb requer uma intensidade maior de treinamento do que os 90% de VO2 máx. Essa
intensidade é difícil de sustentar, por isso é recomendada como método de treinamento
de intervalo. São indicados períodos de ciclismo de alta intensidade de 8 a 30 segundos
entremeados com períodos de recuperação ativa de 20 a 30 segundos. Podese
atingir
resultados com 8 a 12 repetições e um intervalo de recuperação ativa que seja duas
vezes a duração do período de trabalho. São recomendadas não mais de duas ou três
sessões por semana desse tipo de treinamento. Corridas velozes de nível e curtas
corridas velozes de rampa com uma fácil rodada de retorno rampa abaixo são técnicas
efetivas de sobrecarga. A intensidade da sobrecarga pode ser aumentada reduzindose
a
duração do intervalo de recuperação.
Além do que foi exposto acima, vários outros fatores estão relacionados com o
máximo desempenho na prática do ciclismo, tais como, treinamento de força, potência,
resistência muscular localizada, técnica, tática, periodização, dentre outros. Fatores que
somente profissionais capacitados podem criar e elaborar com segurança. Portanto, não
treine sozinho, sem orientação, muitas vezes você poderá estar treinando
desnecessariamente.


Fonte:
Ga r r e t Jr, William E. K ir k e ndall, Donald T. A Ciência do Exercício e dos
Esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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